Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.

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quarta-feira, 16 de março de 2011

ENTREVISTA COM ODILON – II

15/03/2011



ENTREVISTA COM ODILON – II
- Odilon – continuei a sabatinar o companheiro –, em sua opinião, quais as faculdades mediúnicas de exercício mais delicado para o médium?
- Todas elas, evidentemente, impõem certo grau de responsabilidade em seu exercício, todavia, acreditamos que, por mais se exporem publicamente, as faculdades de cura e psicografia são as que sempre requerem maior prudência e discernimento por parte dos médiuns.
- A faculdade de cura seria uma faculdade especial?
- Não, trata-se de uma faculdade mediúnica como qualquer outra. Aliás, todos os médiuns que se dedicam, por exemplo, à transmissão pura e simples do passe, potencialmente, são médiuns portadores da faculdade de curar.
- Nas ditas “cirurgias mediúnicas”, há necessidade de que o médium se utilize de instrumento cortante?
- Não, nem mesmo para sugestionar aquele a quem espírito e médium pretendem beneficiar. A intervenção, quando genuinamente espiritual, dispensa todo aparato de natureza exterior – basta-lhe a imposição das mãos, sob o clima da fé sincera.
- Voltando à psicografia, porque, em sua opinião, os médiuns que recepcionam as chamadas “cartas familiares” estão ficando cada vez mais raros?
- Falta de perseverança e determinação dos portadores de tais possibilidades. Infelizmente, não são todos os médiuns que se mostram dispostos a se expor publicamente e, por vezes, se transformarem em alvo de crítica.
- A pressa do médium na obtenção de resultados, auxilia ou atrapalha?
- Sempre atrapalha. Percebemos, na atualidade, muitos médiuns querendo começar por onde muitos outros estão terminando...
- O que o médium pode e deve fazer para que a sua sensibilidade mediúnica se acentue?
- Em seu processo de maturação psíquica, ninguém salta etapas. Estudar sempre, servir desinteressadamente, procurar a sintonia com os Bons Espíritos, cultivar a própria espiritualidade... Mediunidade não é uma outorga, mas, sim, uma conquista!
- Se é uma conquista, por que vemos tantos médiuns relapsos e, às vezes, até mal intencionados?
- É que o desenvolvimento psíquico quase nada tem a ver com o desenvolvimento do senso moral.
- Odilon, você diria que a mediunidade é espírita?
- Não. A mediunidade é faculdade inerente ao espírito, independente de qualquer rótulo, inclusive de natureza religiosa. A mediunidade “espírita” é a que se pratica sob a orientação do Espiritismo, com base no “dai de graça o que de graça recebestes”.
- Nos Mundos Superiores existe Espiritismo?
- Eu diria que existe Evangelho, ou seja, Amor e Sabedoria em sua mais lídima expressão! Sobre a Terra, o Espiritismo é um caminho que nos conduzirá a caminhos sempre mais amplos em termos de universalidade do pensamento.
- A mediunidade fora da casa espírita, ou seja, exercida por adeptos de outras crenças religiosas, merece acatamento?
- Por que não?! Conforme se têm dito à saciedade, as Dimensões Espirituais mais próximas do orbe, não são espíritas. Porventura, eram espíritas os médiuns que colaboraram com Kardec na obra da Codificação?! À época, o Espiritismo estava apenas nascendo...
- Os escritores, em geral, são médiuns?
- Todos os somos, pois, a rigor, estamos sempre refletindo, parcialmente, o pensamento de alguém, e vice-versa. A mediunidade, repetimos, é faculdade inerente ao espírito, e todos, uns mais, outros menos, estão a exercitá-la no cotidiano.
- Então, ela não é de natureza orgânica?
- Simplesmente, a predisposição orgânica deve existir, mas a mediunidade, em si, é de ordem mental – o períspirito também possui glândula pineal!...

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 15 de março de 2010.


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