Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Maria Modesto Cravo
A dona Modesta de Uberaba Maria Modesto Cravo nasceu na cidade de Uberaba-MG, em 16 de abril de 1899. Teve formação católica, casando-se aos17 anos com Nestor Cravo, em 1915. No ano seguinte transferiram residência para Belo Horizonte e tiveram comofilhos: Eurythmia, Euclydes, Ermelinda, Eduardo, Erasto, Esdras e Erasmo. Maria Modesto teve importante participação no nascente movimento espírita em Uberaba, juntamente com a participação de seu pai e sua tia. Em documentos que tratam sobre os planos pioneiros da doutrina em Uberaba, consta: “em 20 de março de 1910, reuniram-se na casa de José Villela de Andrade os irmãos em crença José Villela de Andrade, Manoel Felippe de Souza, Anselmo Trezzi, João Augusto Chave, Evarista Modesto dos Santos (irmã de João Modesto) e outros, para tratarem dos meios de obter-se os recursos para a aquisição de um terreno e a construção de um edifício, destinados à reunião e mais trabalhos que tinham o objetivo de propagar a Doutrina Espírita. Sentindo os primeiros fenômenos mediúnicos em sua esposa, em forma de obsessão, o que acarretou inúmeros problemas para a família, seu esposo buscou o aconselhamento espiritual, recebendo como orientação que ela fosse ao encontro de Eurípedes Barsanulfo, na cidade de Sacramento-MG. Seu organismo estava fraco, sendo realmente diagnosticada a influenciação, oriunda de espíritos infelizes. Eurípedes indica tratamento físico e espiritual, através da fluidoterapia. Em poucos dias, Maria Modesto apresentava significativa melhora, sendo convidada a trabalhar na equipe mediúnica. Passado pouco tempo, já recuperada, Maria Modesto é orientada por Eurípedes Barsanulfo para se mudar para Uberaba. Em janeiro de 1919, um novo local de trabalho é fundado na cidade mineira, o Ponto Bezerra de Menezes, ao lado da casa de Maria Modesto, onde, juntamente com outros médiuns, ela passa a servir de intermediária dos Benfeitores Espirituais, assistindo a enfermos. Todavia, a assistência não se limitava ao intercâmbio espiritual. Em 1922 inicia-se a realização do Natal dos Pobres, beneficiando os necessitados que ali buscavam o amparo, além da assistência prestada aos cegos, presidiários e outras instituições. Pouco tempo depois de fundada a sede social do Centro Espírita Uberabense, em 13 de maio de 1919, um fato importante ocorre: a comunicação psicográfica através de Maria Modesto, do luminoso espírito Ismael, designado pelo Cristo para organizar o trabalho da propagação da Boa Nova no Brasil. Na época, a direção do Centro Espírita Uberabense resolveu consultar a Federação Espírita Brasileira, para saber da autenticidade da mensagem, sendo confirmada pelo próprio comunicante, na sede da FEB. Recebendo orientações de Bezerra de Menezes, a respeito do trabalho desenvolvido do Ponto, o grupo recebe orientação para iniciarem a construção do Sanatório Espírita de Uberaba, sendo sua planta recebida mediunicamente por Maria Modesto. Em 6 de janeiro de 1928, a pedra fundamental é lançada pelo presidente do Centro Espírita Uberabense, médico sanitarista Henrique von Krugger Schroeder. Em 31 de dezembro de 1934 o Sanatório é inaugurado, exercendo o cargo de diretor clínico, o dr. Inácio Ferreira. Junto ao Sanatório Espírita, o trabalho de Maria Modesto foi constante, tendo a benfeitora encontrado ainda tempo para auxiliar na fundação da União da Mocidade Espírita de Uberaba (UMEU), em 1940. Em julho de 1963, devido a sérios problemas de saúde, Maria Modesto Cravo transfere-se para Belo Horizonte, retornando à Pátria Espiritual em 8 de agosto de 1964, vitimada pelo câncer. Bibliografia: – História do Espiritismo em Uberaba – Carlos Baccelli. – Fonte Viva. out/dez de 2002. Casos Curiosos Certo dia, enquanto residia em Uberaba, ainda solteira, fui visitar dona Maria Modesto, como a chamávamos, com meus pais. Enquanto lá estávamos, ela foi chamada, porque estava chegando um rapaz para ser internado, considerado louco. A família já não agüentava mais. Dona Maria Modesto começou a conversar com os familiares e logo em seguida pediu a eles que o desamarrassem. O rapaz chegou de camisa-de-força. – Mas, como? Arguiu o pai! Ele está fora de si. Está muito violento e poderá agredir qualquer um de nós e até vocês mesmos. – Não, disse ela, ele não fará isso. Por minha conta, tirem a camisa-de-força dele. – Oh! Dona, então é por conta sua, porque eu já não aguento mais. Pois bem, desamarraram o rapaz e ele começou a conversar com ela, naturalmente, respondendo o que lhe era perguntado, com todo respeito e tranquilidade. De outra feita, estando Maria Modesto já doente, em Belo Horizonte, para ser tratada pelo médico Walter Boechat, precisou fazer uma extração cirúrgica do dente. A cirurgia demorou por mais ou menos três horas. Ela própria segurava o seu queixo, enquanto o profissional batia o martelo para abalar o dente. O dentista estava muito preocupado com o estado de saúde dela, pois sabia da doença que a acometia. Dona Maria Modesto o acalmava dizendo: – Fique tranquilo, está tudo indo muito bem. Pode continuar. No dia seguinte. Fomos visitá-la em casa de sua filha. O médico chegou também para fazer seu exame de rotina. Sabendo que o dentista estava presente naquele momento, chamou-o e disse: – Como foi você que fez a extração cirúrgica, é bom que você venha participar do exame a que a submeteremos. Pediu a ela que mostrasse onde foi extraído o dente. Qual não foi a surpresa do dentista quando viu que o local do dente estava completamente cicatrizado, como se nada tivesse acontecido.
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