Por Gilberto (Esp.) / Rita Foelker
Algumas tradições religiosas gostam de salientar o quanto ele sofreu, quanto sangue verteu, o quanto foi humilhado... numa visão triste e dolorosa. Mas o Reino de Deus é o reino da paz, do pensar límpido e claro, das metas atingidas, da boa música e poesia, do conhecimento aplicado e do sentimento enobrecido.
Sempre vemos em torno de nós aquilo que grita dentro de nós, porque é o nosso brado interior o que ouvimos, verdadeiramente. A dor física, a tristeza e a humilhação compõem a realidade íntima da maioria das criaturas da Terra. Eis porque, com elas, tanto nos identificamos.
Mas o Cristo veio nos falar da ventura de conhecer a imortalidade, de seguir incólume ainda quando a realidade física se esfacelasse, de triunfar sobre a dor e sobre a ignorância com as forças perenes da alma, ora desconhecidas, mas jamais ausentes.
O Cristo veio nos falar do Pai que todos tínhamos antes mesmo de saber, e que vela por nós na eternidade, em amorosa presença.
E uma das alegrias do Espírito é descobrir as próprias capacidades. Descobrir que pode caminhar, que consegue ler, que sabe escrever uma carta, preparar uma refeição. Por isso, quando descobrimos dentro de nós a capacidade mediúnica ensaiando seus primeiros voos, não é necessário que nossas mentes se encham de temores e preocupações. A mediunidade é um precioso convite ao aprimoramento individual, uma excelente oportunidade de ampliar nossa compreensão da vida, de descobrir amizades no "outro plano"; é um campo que, regado pelas virtudes, muito pode produzir em favor do médium e das pessoas que o cercam.
Mediunidade não é sofrimento, não precisa ser, e se há pessoas que sofrem agruras nos contatos mediúnicos, isto não se deve à mediunidade, mas às suas próprias questões íntimas ainda não resolvidas.
Deus não nos concederia a mediunidade como instrumento de suplício e desequilíbrio, mas como luz a iluminar as sendas do progresso espiritual. Cabe a nós acendê-la e mantê-la em alta consideração em todos os momentos, como a candeia sobre o alqueire porque, muitas vezes, agimos como cegos, espiritualmente falando, não porque tenhamos cegueira, mas porque nos colocamos na escuridão.
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