Nehemias Marien era um pastor sensível, que transmitia muito carisma, e afirmava ter uma mentalidade holística.
Assumia sua mediunidade, falava sobre as evidências da reencarnação, em várias passagens bíblicas, e abria espaço para pregação da doutrina espírita em sua igreja.
É que, para ele, “o Espiritismo é o mais caudaloso afluente do Cristianismo”, a Bíblia o mais antigo livro de psicografia e mediunidade, Cristo o médium perfeito, e dizia que a mentalidade kadecista todos nós a temos.
É que, para ele, “o Espiritismo é o mais caudaloso afluente do Cristianismo”, a Bíblia o mais antigo livro de psicografia e mediunidade, Cristo o médium perfeito, e dizia que a mentalidade kadecista todos nós a temos.
Veja abaixo uma de suas entrevistas dadas sobre Espiritismo:
“Olha, nós todos somos médiuns. Queiramos ou não. É uma questão de reconhecer, constatar e disciplinadamente desenvolver. Agora, há muitos preconceitos. Nossa cabeça é assim muito cheia de preconceitos, conceitos não, mas preconceitos temos demais. Então, eu acho o seguinte: eu, a respeito da mediunidade até agora estou sentindo… (emociona-se e chora). Eu acho que o verdadeiro servo de Deus é um médium. Ele não fala de si. Vamos dizer, entre aspas, traduzindo sentimentos, é uma incorporação espiritual. Ele não é dono dele, é um veículo, um canal. O importante é a mensagem que transmite.”—Nehemias Mariem
Nehemias Marien é um pastor sensível, que transmite muito carisma, e afirma ter uma mentalidade holística. Assume sua mediunidade, fala sobre as evidências da reencarnação, em várias passagens bíblicas, e abre espaço para pregação da doutrina espírita em sua igreja. É que, para ele, “o Espiritismo é o mais caudaloso afluente do Cristianismo”, a Bíblia o mais antigo livro de psicografia e mediunidade, Cristo o médium perfeito, e diz que a mentalidade kadecista todos nós a temos.
Marien demonstra ainda um grande respeito por Chico Xavier, com quem já esteve duas vezes, e por Dom Héider Câmara.
Apesar de todos estes pontos de vista, com independência ideológica, ainda consegue o respeito de sua comunidade, onde é pastor da Igreja Presbiteriana Bethesda, em Copacabana, há 26 anos,
Nehemias, autor do livro Transcendência e Espiritualidade, é uma das grandes estrelas, com cadeira e público cativos, em todas as nove edições do Encontro para a Nova Consciência, realizado no período carnavalesco em Campina Grande, onde ele abriu um espaço na sua apertada agenda e nos recebeu, carinhosamente, para esta entrevista. Ele é conhecido nacionalmente inclusive já participou do programa Jota Silvestre, respondendo sobre as sagradas escrituras, das quais é um profundo conhecedor do assunto.
Pastor, qual é a sua Igreja e onde fica?
Minha igreja e uma betel, Vamos dizer, uma palavra hebraica, todo lugar, onde o ser humano está presente em Deus, o eterno, na imensurável transcendência. Eu tenho até constrangimento de dizer em que igreja, porque minha igreja é você, estarmos, juntos, a eclésia no pensamento de Jesus, lá na Cesaréia, quando pela primeira vez disse “eu vou edificar a Igreja”. É isso ai, é a vida, é o trabalho, é família, caminhada, Quando as pessoas estão juntas, mesmo que não pensem da mesma maneira é uma igreja, é uma comunidade holística. Agora, sou de formação Calvinista, sou pastor presbiteriano, lá em Copacabana, já há 43 anos, sem sair da igreja. Meus pais eram missionários lá em Mato Grosso, onde eu nasci, morei na Inglaterra, um período na França e estou no Rio de Janeiro há 26 anos, pastoreado a Igreja Presbiteriana Bethesda.
É verdade que o senhor acredita em reencarnação?
Olha só, muito grato pela pergunta. Até o ano de 546, no Concílio de Calcedônia, o Espiritismo fazia parte dos cânones da Igreja. Depois, por discussões mais administrativas e menos teológica, foi banido do cânone oficial e hoje a doutrina espírita, para a maioria dos pressupostos evangélicos, porque assim, numa confusão chamar de evangélicos só os crentes entre aspas, né? Evangélico é quem anuncia a Boa Nova. Então, eu sou professor de Teologia Bíblica e de Ciências Bíblicas. É meu livro de cabeceira. No estudo da Bíblia, as evidências da reencarnação são assim clauburosas e eu acho que o Espiritismo é a mais caudalosa vertente do Cristianismo, pelas idéias. Você encontra, tanto no Antigo como no Novo Testamento, evidências claras da reencarnação, isto é, do prosseguir da vida. Tanto Pedro, o pressuposto grande apóstolo Pedro, fala na sua segunda encíclica, no final da Bíblia, fala sobre a existência do espírito após a morte e nesta evolução do ser humano. E também São Judas, o apóstolo de Cristo, na sua epístola final, também fala sobre o mesmo tema. Então, sou uma pessoa estudiosa, aberta. Eu não tenho muros de espécie alguma. Eu tenho uma visão holística e aprendo muito com meus amados irmãos espíritas. Eu tenho um livro Transcendência e Espiritualidade, onde abordo mais diretamente o assunto. Estou crescendo assim, nesta área e num certo diálogo. Tem algumas coisas que eu não entendo, pelos meus limites bíblicos e culturais, como também não entendo o próprio Cristo. Como vou compreender plenamente Allan Kardec?
O senhor já manifestou este ponto de vista reencarnacionista na sua igreja?
Ah, sim, sim. A minha comunidade é uma igreja grande. Somos cerca de 350 congregados, tem cinco pastores, é um colegiado pastoral, além do livro. O livro é público, editado aí. Eu tenho participado de revistas. Por exemplo, no começo do ano a Revista Espírita Allan Kardec publicou uma síntese do pensamento meu, a respeito. A igreja ouve-me, aceita. Eu sou o pastor titular. Somos cinco pastores, mas estou ali, orientando a igreja, neste sentido. Eu não tenho nada de secreto na minha vida pastoral.
Qual a receptividade do público de sua igreja, em relação ao seu conceito reencarnacionista?
Bem, a igreja, ela me aceita plenamente, mas eu tenho a impressão que não só sobre o meu aspecto filosófico, teológico, doutrinário sobre o Espiritismo, mas em outros também. Porque eu, pessoalmente, Nehemias Marien, sou uma espécie de espinho de peixe na garganta da minha própria igreja, mas aceitam e vão atrás. Como diz o Mestre: “o pastor vai à frente do rebanho e o rebanho o segue, porque conhece a voz do seu pastor”. Não segue em frente, mas segue a mim, mesmo que me engulam, vamos dizer assim goela abaixo, por não entenderem bem minhas nuances teológicas e espirituais, eles me aceitam. A gente vive num amor perfeito. Lá na minha igreja pregou Libório Siqueira, que é desembargador, um grande espírita. O Gérson Azevedo, que é ex-presidente da Federação Espírita do Rio de Janeiro. Vários espíritas pregando na Igreja. Não vão lá visitar não. É subindo ao púlpito. É um púlpito bonito, mais alto. Usam até toga e se não quiser fardamento, ficam como estão, elegantemente vestidos e pregam lá. Então é uma igreja aberta.
Já que o senhor acredita na reencarnação, o que o faz continuar professando a teoria presbiteriana?
Olha, eu estou presbiteriano. Eu até não gosto muito desta palavra presbiteriano porque Calvino, João Calvino, que é o estruturador do pensamento teológico protestante, ele bebia muito lá na Idade Média. Mandou crucificar na maneira de falar, mandou queimar vivo Serventus, um médico, porque discordava dele. Criou uma doutrina chamada doutrina da predestinação. Eu bato de frente contra isso. Agora eu estou lá, porque, acho que estamos num “pool” de idéias e a minha cabeça é holística. Assim, vamos dizer, Nehemias Marien, teológica e pastoralmente é um caleidoscópio. A beleza do caleidoscópio é exatamente ter vidros quebradinhos, bonitos e funcionais, com figuras geométricas de grande dimensão espiritual.
O senhor já estudou a doutrina espírita?
Eu tenho o livro O Evangelho Segundo o Espiritismo e vários livros de Allan Kardec.
E qual a sua opinião sobre a doutrina espírita?
Eu acho que o Espiritismo é o mais caudaloso afluente do Cristianismo. Considero a bíblia como o mais antigo livro de psicografia e mediunidade. Eu acho que Jesus era o médium perfeito e que a mentalidade kardecista todos nós a temos.
Sobre a mediunidade, pastor, o que o senhor diz?
Olha, nós todos somos médiuns. Queiramos ou não. É uma questão de reconhecer, constatar e disciplinadamente desenvolver. Agora, há muitos preconceitos. Nossa cabeça é assim muito cheia de preconceitos, conceitos não, mas preconceitos temos demais. Então, eu acho o seguinte: eu, a respeito da mediunidade até agora estou sentindo… (emociona-se e chora). Eu acho que o verdadeiro servo de Deus é um médium. Ele não fala de si. Vamos dizer, entre aspas, traduzindo sentimentos, é uma incorporação espiritual. Ele não é dono dele, é um veículo, um canal. O importante é a mensagem que transmite.
E quanto à comunicabilidade com os espíritos, o que o senhor diz?
É isso que eu estava tentando passar. Eu tenho, até não entendo bem este espírito meu, mas eu tenho a impressão que é uma índia, minha Biquara, mãe de minha mãe, minha avó Joana. Eu sinto assim, uma certa colocação, uma certa energia dela para mim. Todas as vezes que eu abro o texto sagrado, para as homílias, as pregações, os sermões, sinto que estou fora de mim. Eu admito esta transcendência da espiritualidade, esta invasão do céu no coração humano, através da mediunidade.
Como o senhor encara os sucessivos ataques de pastores ao Espiritismo?
Bom, como eu diria, nossos amados irmãos são aliados. Estamos todos no mesmo barco, mas eles fazem parte da artilharia. O artilheiro é o soldado, que vem lá atrás. A infantaria somos nós, a doutrina espírita, aqueles que vão lá para frente. A artilharia, ao abrir espaço à frente, solta as bombas, mas são muito ruins de cálculos matemáticos, erram os cálculos e acabam dizimando os próprios aliados. É o que acontece, criticando o Espiritismo, que está na mesma dimensão espiritual. Eu os chamo, vamos dizer assim, de bonsais espirituais, aquela plantinha que não cresce. Lá em Tóquio vi todo um horto só de bonsai, bonitos, mas não se desenvolveram espiritualmente. Estes que atacam nossos irmãos espíritas e outras tradições, com as quais não concordam, e uma espécie de pitimbus. Eu acho que os ventos contrários firmam raízes de árvore e o avião sobe mais alto. Acho que é como burilando um diamante, que vira brilhante.
Na sua opinião, qual seria o caminho mais eficiente para a Humanidade seguir em direção ao Ecumenismo?
Eu penso mimo Melânquico, o grande reformador do século XVI. Ele tem uma fórmula e diz assim: “Unidade absoluta, naquilo que é essencial, o amor, por exemplo. Liberdade absoluta em tudo que é duvidoso e caridade em todas as coisas”. Acho que este é o caminho do ecumenismo.
O que o senhor acha de Chico Xavier?
Chioco Xavier e um nome-legenda na da Espiritualidade, nacional e mundial. Eu tive o privilégio de estar com ele, duas vezes. Fui fazer uma sede de conferências do Rio à Brasília. Viajei de carro e propus ao meu amigo levar-me em Uberaba. Oramos juntos. Olha, Chico Xavier e Dom Hélder Câmara são pessoas que me fizeram muito bem pela prece ao meu favor. Rogo a Deus que este ícone da Espiritualidade, que o Mundo todo respeita, tenha assim muitos, muitos e muitos privilégios desta bênção inaudita de transbordar a espiritualidade como ela vem fazendo pelo santo Chico Xavier.
Espaço aberto para sua mensagem final.
Rogo a Deus que haja uma nova consciência no ser humano e que é difícil abrir ao espírito. Ele, como vento, sopra onde quer, já que aqui a vida é grande Pentecostes. Que Deus abençoe os irmãos e irmãs, grandes e pequenos, que participam desta festa eucarística do Programa Nova Consciência.
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